Operação do Gaeco de Maringá contra lavagem de dinheiro

Operação do Gaeco de Maringá contra lavagem de dinheiro
O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou a Operação Versalhes na manhã de 27 de junho de 2024. A operação investiga suspeitas de lavagem de bens e valores envolvendo administradores de uma empresa de fachada que atua na venda de produtos eletrônicos pela internet. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Maringá, Sarandi, Peabiru e Balneário Camboriú (SC). A ação incluiu buscas pessoais, bloqueio de veículos e ativos financeiros, totalizando mais de R$ 5 milhões.

As investigações começaram em março de 2022, revelando indícios de que a empresa estaria sendo usada para dar aparência de legalidade a valores provenientes de atividades ilícitas. Transações suspeitas foram identificadas em uma plataforma de marketplace, sugerindo a simulação da venda de produtos pela internet como forma de justificar valores obtidos ilicitamente. Além disso, os administradores, que se apresentam como agricultores, possuem outras fontes de renda, como compra e venda de veículos de alto padrão e atividades de factoring (fomento mercantil). Os investigados têm antecedentes criminais, incluindo condenações por receptação e tráfico de drogas.

Operação do Gaeco de Maringá contra lavagem de dinheiro
Entre os investigados, um residente de Peabiru é suspeito de movimentar valores para os empresários investigados, através da troca de cheques e transferências eletrônicas. Outro investigado, residente em Balneário Camboriú, é apontado como laranja do esquema, fornecendo dados falsos para a transferência fraudulenta da sede da empresa para o município catarinense. Isso configura um esquema de lavagem de dinheiro em escala interestadual.

A operação também incluiu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, além de requisição de informações a plataformas de marketplace sobre os cadastros e históricos de venda da empresa de fachada. Foram realizados levantamentos junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre imóveis rurais e atividades agropecuárias, além de diligências voltadas à verificação do patrimônio dos investigados e da real atividade da empresa de comércio eletrônico.

A Operação Versalhes, conduzida pelo Gaeco de Maringá, reflete o comprometimento das autoridades em combater esquemas de lavagem de dinheiro que utilizam empresas de fachada para legalizar valores ilícitos. A ação destaca a importância da colaboração entre diferentes instituições e a aplicação de medidas rigorosas para desmantelar redes criminosas e garantir a justiça.