Senado Brasileiro Avalia Projeto de Regulamentação da IA

Senado Brasileiro Avalia Projeto de Regulamentação da IA

 

 

 

 

Senado Brasileiro Avalia Projeto de Regulamentação da IA
O Senado Federal está prestes a deliberar sobre um projeto de lei crucial que visa estabelecer o marco regulatório para o uso da inteligência artificial (IA) no Brasil. A proposta, que já enfrentou diversos adiamentos, está programada para votação na comissão temporária nesta terça-feira, 3 de dezembro de 2024. Caso seja aprovada, seguirá para o plenário na quinta-feira, 5 de dezembro.

Histórico e Contexto do Projeto

Apresentado em maio de 2023 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o projeto de lei foi elaborado com base em um anteprojeto desenvolvido por uma comissão de juristas especializados. A iniciativa surgiu da necessidade de criar um ambiente jurídico que promova a inovação tecnológica, assegurando, ao mesmo tempo, a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.

Desafios e Adiamentos

Inicialmente, a votação estava prevista para dezembro de 2023. No entanto, pressões de grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs, e divergências em relação ao conteúdo do texto original resultaram em sucessivos adiamentos. Essas empresas expressaram preocupações de que uma regulamentação excessivamente rígida pudesse inibir a inovação e aumentar os custos operacionais.

Alterações no Texto Original

Em resposta às críticas, o relator do projeto, senador Eduardo Gomes (PL-TO), apresentou uma nova versão do texto em 28 de novembro de 2024. As principais mudanças incluem:

  • Hipóteses de Exceção: Exclusão de determinadas aplicações realizadas por pessoas físicas sem fins lucrativos e atividades destinadas à testagem e desenvolvimento de IA.
  • Foco em Tecnologias de Alto Risco: A regulamentação passa a concentrar-se em tecnologias consideradas de “alto risco”, diferenciando startups e micro e pequenas empresas.
  • Proteção de Direitos Autorais: Inclusão da proteção dos direitos autorais, propriedade intelectual e sigilo comercial e industrial como fundamentos da lei.

Essas alterações visam equilibrar a preservação dos direitos fundamentais com a garantia de condições favoráveis ao desenvolvimento tecnológico. O senador Eduardo Gomes destacou a importância de evitar o “dilema de Collingridge”, que alerta para os riscos de regular prematuramente, sufocando a inovação, ou tardiamente, permitindo prejuízos irreparáveis.

Apoio de Entidades Produtivas

As modificações no projeto conquistaram o apoio de entidades representativas do setor produtivo, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Anteriormente contrárias à proposta, essas organizações agora veem o texto como um avanço na criação de um ambiente regulatório que incentiva a inovação e protege os direitos fundamentais.

Expectativas para a Votação

Com a apresentação do novo texto, há uma expectativa positiva para a aprovação do projeto tanto na comissão temporária quanto no plenário do Senado. O presidente Rodrigo Pacheco mantém a previsão de que o marco regulatório da inteligência artificial seja aprovado ainda em 2024, estabelecendo diretrizes claras para o desenvolvimento e uso dessa tecnologia no país.

Importância da Regulamentação da IA

A inteligência artificial tem se consolidado como uma ferramenta essencial em diversos setores, desde a saúde até a segurança pública. No entanto, seu uso indiscriminado pode acarretar riscos, como violações de privacidade, discriminação algorítmica e disseminação de desinformação. Portanto, a criação de um marco regulatório é fundamental para assegurar que o desenvolvimento da IA ocorra de maneira ética e responsável.

Conclusão

A iminente votação do projeto de lei que regulamenta o uso da inteligência artificial no Brasil representa um passo significativo para o país. Ao equilibrar a promoção da inovação tecnológica com a proteção dos direitos fundamentais, o Senado busca criar um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável e ético da IA, posicionando o Brasil de forma competitiva no cenário global.