Maringá Registra Média Anual de 120 Crianças Órfãs desde 2021

Maringá Registra Média Anual de 120 Crianças Órfãs desde 2021

Desde 2021, Maringá tem enfrentado uma realidade preocupante: uma média anual de 120 crianças e adolescentes de até 17 anos tornam-se órfãos de pelo menos um dos pais. Essa estatística foi revelada por um levantamento inédito realizado pelos Cartórios de Registro Civil do Paraná, que, pela primeira vez, consolidaram esses dados em nível estadual. Em 2021, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo, sendo responsável por aproximadamente um terço dos casos de orfandade no município.

Impacto da COVID-19 na Orfandade

O ano de 2021 foi marcado por desafios sem precedentes devido à pandemia de COVID-19. Em Maringá, a doença foi responsável por 59 casos de orfandade, de um total de 185 crianças que perderam pelo menos um dos pais naquele ano. Isso representa cerca de 32% dos casos de orfandade atribuídos diretamente ao coronavírus. Além disso, quando consideradas doenças correlacionadas à COVID-19, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), insuficiência respiratória e causas indeterminadas, o número de órfãos relacionados à pandemia pode chegar a 77 desde 2019.

Dados Consolidados: 2021 a 2024

O levantamento abrange o período de 2021 a 2024, utilizando o cruzamento dos CPFs dos pais nos registros de óbitos com os registros de nascimento dos filhos. Essa metodologia permitiu uma análise precisa do número de órfãos ano a ano. Até meados de 2019, não havia a obrigatoriedade de inclusão do CPF dos pais nos registros de nascimento, o que dificultava correlações exatas entre os registros. Com a consolidação dos dados, foi possível identificar que, além dos 145 órfãos contabilizados em 2021, houve 112 casos em 2022, 111 em 2023 e, até outubro de 2024, já foram registrados 112 casos.

Reflexos da Pandemia em Outras Doenças

A pandemia não apenas causou mortes diretamente relacionadas ao coronavírus, mas também teve reflexos no aumento de óbitos por outras doenças. Houve um aumento no número de órfãos devido ao falecimento de pais por doenças como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), sepse e pneumonia, que estiveram relacionadas com a pandemia nos últimos anos. Essas condições, muitas vezes agravadas pelo contexto pandêmico, contribuíram para o aumento da orfandade em Maringá.

Importância de Dados Precisos para Políticas Públicas

Cesar Augusto Machado de Mello, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Arpen/PR), destaca que os mais de 2.500 órfãos registrados no estado são um retrato impactante das consequências sociais enfrentadas nos últimos anos, especialmente durante a pandemia. Ele enfatiza a importância de dados precisos para compreender a dimensão do problema e planejar políticas públicas que ofereçam suporte a essas crianças e adolescentes. Como registradores, o papel dos cartórios vai além da documentação, buscando contribuir para uma sociedade mais informada e preparada para enfrentar desafios como esses.

Conclusão

Maringá Registra Média Anual de 120 Crianças Órfãs desde 2021
A média anual de 120 crianças órfãs em Maringá desde 2021 é um indicador alarmante das consequências sociais da pandemia e de outras crises de saúde. A consolidação desses dados pelos Cartórios de Registro Civil do Paraná é fundamental para a formulação de políticas públicas eficazes que visem oferecer suporte e proteção a essas crianças e adolescentes, garantindo-lhes um futuro mais seguro e promissor.