A Vila Operária, ou Zona 03 (designação preferida por alguns), está situada na banda oriental de Maringá, quer dizer, localiza-se à direita da área central, na assim chamada Zona Sul. Sua dimensão total é de 70 alqueires (1.683.000,00m2), divididos em 70 quadras de tamanhos diferentes, retalhadas em 1.434 datas, sem contar o espaço destinado às indústrias, atrás da Avenida Mauá, considerado também do bairro e que irá influenciar de maneira decisiva o perfil da vila. Integram o bairro 05 avenidas, 15 ruas e 05 praças, que são as seguintes:

-Avenidas:
Mauá
Brasil
Paissandu
Laguna
Riachuelo

– Ruas:
Anhangüera
Pombal
Henrique Dias
Vidal de Negreiros
Matias de Albuquerque
Furtado de Mendonça
Guararapes
Madre Sueli A. de Gion
Santos Dumont
Néo Alves Martins
Marcílio Dias
Barroso
Inhaúma
Monte Cáceros

Itapura

– Praças:
Regente Feijó
Sen. Abilon de Souza Naves Emiliano Perneta Rocha Pombo
Praça sem dominação (triângulo não urbanizado)

Com formato triangular, a Operária tem seus limites oficiais determinados: em cima (norte) a Avenida Mauá fecha um lado e o restante fica por conta da Avenida Laguna, iniciando na Praça Rocha Pombo e culminando na Praça Souza Naves, descrevendo uma verdadeira parábola circundante que lembra um anel viário de modesta grandeza. As regiões vizinhas são bem definidas: ao norte temos a zona industrial, a leste o Aeroporto, a oeste o Parque do Ingá e a Zona 01, e ao sul a Vila Bosque. Sobre as fronteiras da Zona 03 verificamos uma grande subjetividade em relação à extensão de seus domínios, já que os bairros contíguos em muito se confundem com a própria Operária, mormente o Aeroporto, na parte entre a Avenida Laguna e a Avenida Monteiro Lobato. Historicamente se comprova que a população residente nessa área sempre se considerou habitante da Vila Operária e não do Aeroporto, numa clara expressão de recusa ao zoneamento criado pelos técnicos da urbanização. Um fator que influiu no prolongamento do raio de ação foi a jurisdição coberta pela igreja São José, a segunda paróquia da cidade, que abrangia uma área três vezes maior que a da Operária. Os moradores das regiões adjacentes se abalavam até a vila para receber seus auxílios espirituais, e assim se sedimentou um alcance amplo da Operária, até que os bairros vizinhos tivessem suas próprias paróquias.

A Vila Operária integra, juntamente com outros sete bairros, aquilo que se convencionou nominar de plano urbanístico primordial de Maringá (a famosa planta desenhada por Jorge de Macedo Vieira em resposta à encomenda da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná), e por essa razão suas funções citadinas foram estabelecidas antes mesmo de alguém ir morar lá. Segundo o planejamento, o bairro deveria ser um misto de área residencial, comercial e industrial, prevalecendo o primeiro caso, justamente para garantir a morada aos trabalhadores das empresas fixadas ali e nas imediações. Essa preocupação, demonstrada pelos diretores da CMNP traduziu-se nos preços mais baixos dos lotes, se comparados aos da Zona 01, Zona 02 e outros. A diferença entre os valores cobrados pelos terrenos contribuiu para a caracterização do tipo social ocupante do bairro, um segmento despojado de riquezas materiais, que terá na sua força de trabalho o único bem a ser negociado. Todos os aspectos de sua vida serão pontuados pela pobreza e simplicidade, desde a moradia até a roupa e a alimentação. Uma fração representativa dos obreiros originais residia em casas alugadas, inquilinos de proprietários que se interessavam mais pela renda do imóvel do que propriamente por morar nele.

Antes de 1947 (ano em que começaram as vendas das propriedades), o que havia no local era puro mato; somente uma picada tangenciava a pretensa vila, no caso a futura Avenida Brasil, com seu ápice no núcleo originário de Maringá (atual Maringá Velho). Para ter idéia de como se achava a Operária no período pré-47, basta que se lance um olhar sobre o Parque do Ingá, pois nessa época não havia a separação entre um e outro; aliás, não existia nem o bosque e muito menos o bairro. Tudo era uma coisa só, uma floresta habitada por animais, cortada por córregos, minas de água e apinhada de plantas nativas, ecossistema desaparecido no prazo de um ano ou pouco mais, tempo que os derrubadores de mato levaram para “limpar” a área do planificado bairro.

Se considerarmos sua disposição espacial, a região ocupa uma função de zona de passagem, facilitada pelas avenidas Brasil e Mauá, responsáveis pela ligação de um lado a outro da cidade. Em suas extremidades (Praça Rocha Pombo e Praça Souza Naves), a Avenida Brasil (trecho da Zona 03) conta com seis postos de combustíveis, três em cada ponta, sem contar outro posicionado no miolo da cabeceira do bairro (Avenida Brasil com rua Matias de Albuquerque), indício forte do intenso tráfego de veículos e pessoas que diariamente circulam pela borda do bairro.

 

fonte:  
Memória dos Bairros –  Vila Operaria 
Prefeitura do Municipio de Maringá
Secretaria da Cultura 
Gerência de Patrimônio Histórico