O ensino oficial no bairro teve inicio um ano após sua abertura. A escola Dr. Osvaldo Cruz instalou-se num local contíguo à vila (hoje Rua Otávio Perioto), fato que fez sua freqüência, ao longo dos anos, ser um misto de alunos do Centro e da Operária. Essa situação de área interseccional (ponto de encontro de duas regiões) também foi registrada pelo Colégio João XXIII, fundado nos anos 1950 e dotado de maior infra-estrutura, abrigando um número mais elevado de alunos que a primeira escola citada. Essas duas instituições tinham algo em comum: eram públicas e, portanto, assistiam prioritariamente os jovens de baixa renda. Na década de 1950, um educandário que começou com uma humilde casa de madeira e algumas irmãs originárias da Alemanha, do Sagrado Nome de Maria, aportou no bairro. Chamava-se Escola Santo Inácio, situada na Avenida Mauá, e posteriormente atingiu a nomenclatura de Colégio. Ao contrário das escolas públicas, esta cobrava em dinheiro as aulas, introduzindo no bairro o ensino pago.
Na segunda metade dos anos 1950, erigiu-se outra escola pública, nominada Theobaldo Miranda Santos, localizada na Rua Barroso, uma edificação robusta de madeira, que servia acima de tudo como opção aos menos favorecidos monetariamente, e sua clientela quase total era de habitantes da Zona 03. No decênio seguinte, o de 1960, instalou-se na Rua Inhaúma o Grupo Escolar Gabriela Mistral, especializando-se em atender um público pobre e num estágio primário de educação, de 1º a 4º série do primeiro grau.
Esses estabelecimentos de ensino solidificaram na história da Operária uma marca indelével, sendo inimaginável dissociar o bairro das escolas quando seus nomes são ventilados. Mais do que funcionar como centros educacionais, essas escolas aglutinavam uma comunidade, reforçando seus laços de conhecimento mútuo.
O Colégio Santo Inácio, fixado numa avenida industrial, deve ter encontrado alguma dificuldade em se adaptar à vizinhança. Caldeiraria, moinho de trigo, serralheria, empresas encravadas no bairro e que produziam um som de elevados decibéis, atrapalhando permanentemente o andamento das aulas. Não é tarefa simples afirmar se a escola está em lugar errado ou se as empresas é que estão dispostas equivocadamente. O fato é que, com os anos, uma coabitação aparentemente harmoniosa foi selada, e a instituição educativa parece ter saído melhor nessa história, porque o que se assiste neste momento é ao fechamento falimentar ou à transferência estratégico-empresarial dessas firmas para outros pontos da cidade (a maioria dirige-se para os parques industriais, espaços criados pelo poder público municipal e que ficam praticamente fora do perímetro urbano).
Uma experiência das mais insólitas, e que contou com a Operária como seu balão de ensaio, foi a da UPAPE (Unidade Pólo de Ação da Pré-Escola), um plano da Prefeitura Municipal no final dos anos 1960, visando oferecer ensino gratuito às crianças com idade de entrar na escola; uma prática interessante, cujo local escolhido como sede foi a Praça Regente Feijó, onde permaneceu pouco tempo. Nos anos 1970 mudou-se para a Avenida Paíssardu onde hoje se encontra a Escola Municipal Benedito de Souza. A UPAPE naufragou, por força de novas políticas públicas de educação que não coadunavam com sua sistemática estrutural e funcional.
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fonte:
Memória dos Bairros – Vila Operaria
Prefeitura do Municipio de Maringá
Secretaria da Cultura
Gerência de Patrimônio Histórico