Unicentro desenvolvem medicamento oral para diabetes tipo 2

Inovação da Unicentro: Medicamento Oral para Diabetes Tipo 2

Unicentro desenvolvem medicamento oral para diabetes tipo 2
A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) está na vanguarda da pesquisa científica no Brasil com um desenvolvimento inovador: um medicamento oral para substituir as injeções diárias de insulina em pacientes com diabetes tipo 2. Esta doença crônica afeta milhões de pessoas e se caracteriza pela dificuldade do organismo em usar adequadamente a insulina ou pela insuficiência na produção do hormônio, crucial para o controle dos níveis de glicose no sangue.

A prevalência do diabetes tipo 2 no Brasil é alarmante. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), cerca de 10,5% da população brasileira sofre da doença, sendo que 90% destes casos são do tipo 2. A pesquisa da Unicentro oferece uma solução promissora para melhorar o tratamento e a qualidade de vida desses pacientes.

Desenvolvimento do Medicamento

O projeto desenvolvido no Departamento de Farmácia da Unicentro utiliza a nanotecnologia para criar um fármaco que pode ser ingerido por via oral. As nanopartículas são empregadas para proteger as moléculas do medicamento durante a passagem pelo trato gastrointestinal, permitindo uma liberação prolongada e eficiente dos componentes ativos no sangue. Este método visa substituir a insulina e a liraglutida, que atualmente precisam ser administradas por injeções diárias, um processo incômodo e doloroso para muitos pacientes.

A líder do projeto, professora Rubiana Mara Mainardes, explica que as nanopartículas atuam como um escudo, protegendo as moléculas do medicamento do ambiente ácido do estômago e das enzimas digestivas. “As nanopartículas possuem tamanho muito pequeno e oferecem diversas vantagens no organismo humano, tornando o tratamento mais eficiente e confortável para os pacientes”, destaca Mainardes.

Impacto e Benefícios

Os benefícios dessa inovação são substanciais. O novo medicamento oral não só elimina o desconforto das injeções diárias, mas também simplifica o regime de tratamento, aumentando a adesão dos pacientes. Além disso, a metodologia verde utilizada no desenvolvimento do fármaco, baseada em proteínas vegetais, é sustentável e de baixo custo, sem a utilização de solventes orgânicos que poderiam deixar resíduos tóxicos.

O estudante de doutorado Jeferson Ziebarth, que participa da pesquisa como bolsista, destaca a relevância social do estudo. “Essa pesquisa busca novas alternativas para o tratamento do diabetes pela via oral, e os resultados são bastante promissores”, comenta.

Próximos Passos e Parcerias

A pesquisa, financiada pelo Governo do Estado do Paraná através da Fundação Araucária e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), está agora na fase de análise dos dados e desenvolvimento de um protótipo. Parte dos experimentos foi realizada em colaboração com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), comprovando a eficácia do medicamento em comparação com os tratamentos injetáveis convencionais.

A expectativa é que, após a validação e patenteamento, o medicamento possa ser produzido em larga escala pela indústria farmacêutica, beneficiando inúmeros pacientes com diabetes tipo 2. A professora Rubiana Mainardes enfatiza a importância do apoio governamental para a pesquisa científica e o desenvolvimento de novas tecnologias na área da saúde.

Conclusão

A inovação da Unicentro no desenvolvimento de um medicamento oral para diabetes tipo 2 representa um avanço significativo na medicina e no bem-estar dos pacientes. Com o potencial de substituir injeções diárias por um tratamento oral eficaz, essa pesquisa promete transformar a vida de milhões de pessoas que convivem com essa condição crônica.

Perguntas Frequentes

Como o novo medicamento oral funciona? O medicamento utiliza nanopartículas para proteger as moléculas do remédio durante a digestão, permitindo uma liberação prolongada e eficaz dos componentes ativos no sangue.

Quais são os benefícios do medicamento oral em comparação com as injeções? O medicamento oral elimina o desconforto das injeções diárias, simplifica o regime de tratamento e aumenta a adesão dos pacientes.

Quando o medicamento estará disponível no mercado? Após a validação e o patenteamento, o medicamento será produzido em larga escala. O cronograma exato depende dos resultados finais da pesquisa e dos processos regulatórios.

O medicamento oral pode substituir completamente as injeções de insulina? Sim, a pesquisa visa substituir as injeções de insulina e liraglutida por uma formulação oral eficaz.

Qual é o papel das nanopartículas no medicamento? As nanopartículas protegem as moléculas do medicamento do ambiente ácido do estômago e das enzimas digestivas, garantindo a eficácia do tratamento.

Como a pesquisa foi financiada? O projeto recebeu financiamento do Governo do Estado do Paraná, através da Fundação Araucária, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).